A Fraternidade Sacerdotal de São Pedro
“Aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós”
Carta do santo padre Bento XVI anexa ao moto próprio Summorum Pontificum).
A FRATERNIDADE
A FSSP é uma sociedade de vida apostólica de direito pontifício. Os seus membros são padres católicos, dedicados ao ministério pastoral, e à formação e santificação dos sacerdotes, por meio de uma vida em comunidade, no quadro da forma tradicional do rito romano.
A escolha de São Pedro como padroeiro é muito significativa. Sob o seu patronato, os membros da FSSP professam a fidelidade à liturgia romana tradicional e a comunhão plena com o Sumo pontífice como dois pilares fundamentais na sua fundação.
A HISTÓRIA
Tendo sida erigida canonicamente a 18 de Outubro de 1988, pelo papa São João Paulo II, a sua missão e carácter próprios têm sido confirmados pelos papas sucessivos.
O objetivo principal da Fraternidade é a santificação dos seus membros pelo exercício do ministério sacerdotal, tendo por centro e ponto de referência aquilo que é a razão de ser desse ministério: a celebração do Santo Sacrifício da Missa. A Fraternidade de São Pedro cumpre esta missão utilizando os livros litúrgicos em vigor em 1962, como especificado no seu decreto de ereção em 1988, confirmado por decreto do Papa Francisco datado de 11 de Fevereiro de 2022.
OS MEMBROS
Os membros da Fraternidade são enviados para servir os fiéis em todo o mundo em apostolados, que lhes são confiados pelo bispo local e que estão em conformidade com o seu carisma particular. Hoje, a Fraternidade está presente em quatro continentes. Os padres vivem em pequenas comunidades e trabalham para pregar o Evangelho, cuidando das almas nas paróquias; através da educação dos jovens (colégios, campos de férias e grupos de jovens); e na organização de conferências, cursos de catecismo, retiros, peregrinações, e outras actividades.
O SEMINÁRIO DE WIGRATZBAD
"Se permanecerdes perto de Cristo, com Cristo e em Cristo, produzireis muito fruto, como Ele prometeu.
Não fostes vós que o escolheste - mas Ele escolheu a vós
Eis o segredo da vossa vocação e da vossa missão!"
Papa Bento XVI, 19 de agosto de 2005, Discurso aos seminaristas
O SEMINÁRIO DE WIGRATZBAD
A Fraternidade Sacerdotal de São Pedro conta ainda com dois seminários internacionais para a formação dos futuros padres: um europeu, o seminário de São Pedro, em Wigratzbad (Alemanha), onde o ensino é dado em duas secções linguísticas (francês ou alemão); e outro americano, o seminário de Nossa Senhora de Guadalupe, em Denton (EUA), onde os cursos são dados em inglês.
A vida comunitária multicultural constitui uma oportunidade única de enriquecimento mútuo, e o ambiente espiritual de Wigratzbad permite o recolhimento ideal à relação com Deus. De facto, o seminário encontra-se num santuário mariano, numa área pitoresca da Baviera, aos pés dos montes Alpinos, perto da fronteira com a Áustria e a Suíça, constituindo uma espécie de oásis espiritual e natural.
O Seminário Internacional de São Pedro em Wigratzbad não é só o primeiro seminário da Fraternidade, mas também a sua primeira casa canonicamente erigida. O seu estabelecimento veio responder às aspirações há muito presentes no santuário. De facto, Wigratzbad, tem sido um importante local de peregrinação, depois dos eventos sobrenaturais que uma jovem chamada Antonie Rädler viveu a partir de 1936. Ela estava convencida de que no futuro seria estabelecido em Wigratzbad um centro de formação sacerdotal de carácter internacional.
Peregrinos de todo o mundo veneram Nossa Senhora segundo a evocação de "Imaculada Conceição, Mãe da Vitória", que Antonie Rädler terá ouvido de uma multidão de anjos em coro.
Escreve o sacerdote diretor espiritual da vidente que: “Quem poderá censurar-nos de desejar e rezar par que um dia um seminário Maior aqui seja fundado, no qual serão formados sacerdotes totalmente dedicados a Maria e a Jesus, ao Santíssimo Sacramento, e devorados de um zelo incansável pelas almas?”. Este deseja viu-se realizado quando, em Agosto de 1988, o Bispo de Augsburg, Joseph Stimpfle concordou com a fundação do primeiro seminário da FSSP.
Actualmente, mais de 180 jovens, provenientes de dos mais diversos pontos do mundo, preparam-se para o sacerdócio, e o seminário europeu conta já com 8 seminaristas portugueses.
A formação espiritual e intelectual é a base de preparação dos sacerdotes para um ministério fecundo. De acordo com as recomendações reiteradas dos papas, pelos concílios, pelo Código de direito canónico, e com aprovação da Santa Sé, a FSSP propõe uma formação filosófica e teológica tomista, segundo o modelo tradicional de seminário, capaz de responder aos desafios dos nossos dias, tanto no campo cultural como social e doutrinal.
Um dia no seminário
Rotina no Seminário
06:00
Levantar
Quando o alarme soa nos corredores do seminário, são 6 da manhã e cada seminarista tem 25 minutos para fazer uma breve oferta do seu dia ao seu Criador, lavar-se, vestir-se e dirigir-se para a capela.
06:25
Oração - Laudes - Missa
Na medida em que a vida do sacerdote é fazer a união entre Deus e os homens, os seminaristas, futuros sacerdotes, devem procurar ardentemente orientar todo o seu ser para Deus. Portanto, o dia começa com meia hora de oração privada, seguida de Laudes, o louvor do Senhor Deus.
07:15
Missa - Acção de Graças
A missa comunitária é cantada nas festas de 2ª classe e nas primeiras sextas-feiras do mês, e solenizada nas festas da 1ª classe. Durante este tempo, os sacerdotes do seminário celebram a sua Missa privada nos diferentes oratórios da casa.
08:00
Pequeno - Almoço
O alimento da alma é seguido do alimento do corpo, que é indispensável para a boa saúde dos seminaristas. “Mens sana in corpore sano” - uma mente saudável num corpo saudável - diz o ditado. A fim de manter a recordação que se segue à Sagrada Comunhão, o pequeno-almoço é tomado em silêncio entre as 8.00 e as 8.30 horas.
08:40 - 12:00
Aulas
As primeiras aulas começam às 8.40 da manhã e duram 45 minutos cada uma. Estão divididos por ciclos: um ano de espiritualidade, um ciclo de dois anos de filosofia seguido de quatro anos de teologia. A formação é densa e diversificada: filosofia, teologia, exegese, liturgia, história da Igreja, direito canónico, latim, grego, etc.
12:15 - 12:30
Hora Sexta
A meio do dia, a comunidade reúne-se de novo para recitar o ofício de Sexta e o Angelus na capela do seminário.
12:30
Almoço
O almoço, como todas as outras refeições, é normalmente tomado em silêncio, excepto aos domingos e dias de festa, e à quarta-feira ao meio-dia. O silêncio dura até ao início da sobremesa, enquanto o leitor da semana realiza o seu ofício, lendo para a comunidade um livro ou artigo escolhido por um professor.
13h00 - 14h00
Recreação
A hora seguinte ao almoço é uma hora de relaxamento durante a qual os seminaristas aproveitam a oportunidade para dar um passeio e conversar, ler, ou jogar matraquilhos ou ténis de mesa.
14:00 - 18:00
Estudo
Depois de uma sesta opcional de meia hora, a tarde é normalmente reservada para estudo pessoal ou algumas aulas. Dependendo do dia da semana e do ano de estudo, os seminaristas vão trabalhar nos seus quartos, para a biblioteca ou fazem um curso de línguas (primeiro o latim, depois o grego e finalmente o hebraico).
Este tempo de estudo é interrompido às 16 horas por um quarto de hora de lanche fraternal.
18:30
Vésperas
Quando o trabalho do dia chega ao fim, às 18 horas, os seminaristas do primeiro ano vão à capela para meditar mais particularmente sobre a vocação sacerdotal. Um momento de silêncio e abandono, cara a cara com Deus em oração. Às 18h30, todos os seminaristas estão de novo reunidos para cantar, em comunhão com toda a Igreja, o ofício das Vésperas. Às quartas-feiras, o canto das Vésperas é substituído pela recitação do terço
19:00
Jantar
Tal como no almoço, o jantar é servido em silêncio, pontuado pela leitura de uma vida de santo
19:30
Recreação
Um novo período recreativo precede, duas vezes por semana, uma conferência espiritual dada quer
por um dos sacerdotes do seminário, quer por um sacerdote em visita a Wigratzbad.
20:10
Completas e o
grande silêncio da noite
Às 20h15 (ou 20h45 nas noites de conferência), todo o seminário se reúne para cantar e rezar a Deus,
para confessar as ofensas do dia e para agradecer mais uma vez todas as graças recebidas. É o ofício
das Completas que marca o fim do dia e o início do grande silêncio da noite. É um último momento
privilegiado para confiar a Deus e a Nossa Senhora, na calma e na escuridão da noite, as intenções
dos nossos corações.
Assim termina o dia do seminarista, com o louvor de Deus, o único Bem Verdadeiro, para que Ele